quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Cartas ao mar #10

Não sei porque ainda sinto tanto a tua falta. Já não sei quanto tempo faz, me perdi até de mim mesma.
Ficou tudo contigo: minhas horas de sono, meu apetite, meu riso frouxo, minha consciência, paciência, sanidade.
Minhas vontades ficaram todas contigo.
Ainda dói,
ainda choro,
sempre.
Ainda sei teu sorriso de cor, teu cheiro, tuas manhas e manias.
Ainda sei todas as tuas expressões e o timbre da tua voz...
Ainda lembro cada curva tua, cada cicatriz.
Ainda lembro de ligar a água quente mesmo não tendo mais porque.
Ainda vou ao marco zero e sento naqueles bancos aos domingo e espero pelo nada.
Ainda como as azeitonas e misturo os caroços... Lembra?

Já não assisto Friends.
Já não ouço Engenheiros.
Elis me sufoca...

Nunca pensei que fosse possível amar tanto e odiar ao mesmo tempo uma pessoa.
Sinceramente?
Não sei se te amo mais por me fazer sentir isso ou se te odeio com maior intensidade.

Ainda não entendo como isso aconteceu... A gente.
Também não entendo o porquê de tudo ter começado.
Só sei que aqui dentro tem uma lacuna do teu tamanho
e vai continuar tendo.
Um metro e cinquenta e seis e meio de saudade, de falta de ar, de incompreensão...

Tô indo embora, mas levo comigo um H no dedo e você na pele.

Deixo contigo meu fardo pulsante e a certeza de um amor desenfreado e verdadeiro.

É pra sempre.
Não duvide.

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