sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Cartas ao mar #1

Eu não sou boa com as palavras oralmente.
Tenho uma dificuldade imensa em expressar meus anseios e vontades olhando nos olhos de alguém. Eu travo, não raciocino.
Acredito que também não seja boa com a palavra escrita. Penso demais ao tentar expressar uma ideia e no final das contas acabo não dizendo nada.
Talvez meus olhos digam o que minha mente não consegue transformar em palavras.
Dizem que eles são o espelho da alma, não é?

Minhas lágrimas externam ao mundo a falta que você me faz.
Tua gargalhada estranha, teu sorriso cativante, teu carinho discreto em minha nuca.
Externam que a ausência da tua pele na minha me deixa no vazio.
Que o castanho dos teus olhos não me seguem, que tua voz no meu ouvido dizendo que me ama não faz mais eco.

Tudo o que eu tenho é uma promessa de vida em conjunto.
Um amor com cumplicidade, limpo, transparente.
Mas meu presente te rouba de mim.
Meu presente me dá migalhas de você.

Eu amo uma mulher que me promete um futuro possível de ser realizado, mas essa mesma mulher me reduz a um hoje solitário, amargo, sofrido.

Aqui não há poesia. Desculpe.
Apenas frustração e um amor doído que chora baixinho ao final do dia.
Aqui há alguém que espera.
Espera e suspira...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Insônia

Ausência que sufoca, 
noites mal dormidas. Silêncio.
Tua voz sempre ressoa
nas paredes sujas do esquecimento.

Lembrar teu jeito, 
teus medos e manias
não é escolha que domino.
É coisa viva, vontade que pulsa, pensa, respira.

Deixar que a dor doa
é remédio paliativo.
Abrir a ferida para que dela corra
o ciúme. Já não mais consigo.

E por mais que se diga
que tudo tem seu tempo, a ferida
continua ali, a te lembrar, 
que o coração permanece em carne viva.