terça-feira, 25 de março de 2014

Lágrima lamenta
o correr disforme da dor
que tropeça e envenena,
corta, machuca e inventa desculpas para continuar.
Caminho longo,
sem rumo ou subterfúgio
descarta o atalho. - Sorriso nos lábios?
Felicidade não jaz aqui, nem ali:
Desaparecida em todo lugar.
Cada minuto, impulso: Cortar os pulsos.
Abrir os olhos e ver-se no box do banheiro.
Azulejo branco, torneira aberta,
espelhos por todos os cantos.
Vazio com eco: Ninguém responde.
E eu continuo longe
do que te mantém viva.
Lugares, pensamentos, sentimentos. Ferida
aberta, gangrena, poço de doenças da alma.
Não escuto tua voz;
Não enxergo o teu olhar;
Não sinto o teu cheiro debaixo de toda essa terra.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Canção para um dia chuvoso

Chuva, bela chuva, que sussurra em meu ouvido
As dores que um dia jurou deixar pra trás
Com seu rastro rubro que deixou junto as tuas pisadas
Como em um sorriso muito triste que se sobressai.

Chuva que me molha, que alaga os pensamentos
Que embota os olhos e enxarca o coração
Faz tremer de frio as certezas tão inabaladas,
Coisa exata é nascer flores nos jardins da solidão.

Chuva que inunda de tristeza o que toca
Sabe que as lágrimas são marcas do que não passou
Ruge na inocência tua mágoa nunca sarada
De um sentimento que não vingou.